domingo, 23 de julho de 2017

Crônicas de Eliane Gouveia
















Dedicado à minha amiga Vera Vilela de Carvalho.

LEMBRANÇAS...
Eliane Gouveia - ALAMI

Querida comadre, hoje passei em frente à sua antiga casa e a vi caída ao chão.

E senti vontade de chorar.


Por alguns segundos um filme se revelou em minha memória.
Vi a entradinha lateral, o portãozinho de madeira por onde eu sempre passava, o corredor comprido que ia até a porta da cozinha.
A casinha de despejo trançada de teias de aranha, com as estantes cheias de livros antigos, a Coleção do Tarzan, o Egípcio...
O terreno no fundo com os galos de briga atrás das telas dos galinheiros.

A figura sisuda de seu pai, a timidez do Paulinho, o olhar maroto do garoto Horácio, as bochechas rosadas do pequeno Vinícius, a beleza delicada da doce Valéria, os olhinhos azuis da vovó Djanira, a “fofura” da simpática Verônica.

E a imagem dela, a mãe Terezinha, aparando as arestas, enrolando pães de queijo para o lanche, dois de cada vez, numa habilidade imprescindível a quem desempenhava múltiplas funções de esposa, mãe, mestra, mulher e amiga amorosa.

Voltei da “viagem” saudosa, olhei as ruínas e pensei:
“Que bom que eu pude partilhar destes momentos felizes!”.
E então eu chorei.
Mas não foi de tristeza, não.
Chorei foi de gratidão!
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Um comentário:

  1. Esta crônica me fez lembrar de uma imagem especial. Dona Terezinha, diretora do Grupo Escolar Camilo Chaves, salvando-me (eu, um garotinho de 9 anos) das garras da professora/má Maria Helena Pires das Neves (hoje, morando em B. H., minha amiga e rimos muito dessas passagens) que queria porque queria me dar uns beliscões só porquê eu a chamei de... (palavrão) no dia anterior na saída aula.
    Dona Terezinha Carvalho era a doçura em pessoa, protetora-mor da meninada.

    Obrigado, Eliane.

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