segunda-feira, 30 de junho de 2014

Crônicas de Maria Adelina



MORTE

Sentido absoluto, coerente, re-definindo renascimento. Caracterizada pela foice, segue pelos milênios infinitos, encobertos pelos mistérios indecifráveis, intocáveis, encerrando ciclos.
Corte afiado, determinado pela sentença irrevogável, imposta desde a mais remota era, para o desfecho, o desligar...

Muitos negam falar do assunto. Outros ignoram sua presença.
Evita observar sua constante, irrevogável permanência entre nós no órgão debilitado, na bactéria afoita, no sinistro súbito...

Alguns outros descuidados não observam com que agilidade, ou paciente paciência, cumpre sua missão, dia, noite, madrugada.

Percebo claramente o corte afiado, que faz a ceifa necessária.
Com a mesma intensidade da na árvore...
Não estranho sua presença.

Nem me causa nenhuma estranheza, mal estar, ou arrepio, porque só você re-define precisamente onde desemboca a vida, aos avisados, e desavisados, ao coerente e incoerente.

Aos crédulos e céticos. Aos atentos e distraídos, aos justos  e injustos, aos feios e bonitos, aos abastados ou marginalizados...
Ninguém foge das suas mãos hábeis.

Assim, segue, prossegue encaminhando  todos, ao  comboio ofegante, apressado, para fazer a travessia  desconhecida, e tão necessária...

Maria Adelina V. Cardoso e Gomes




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